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CULTURA

Cada telemóvel com seu uso, cada roca com seu fuso (vox populi)
 (http://pagina.de/apoios-educativos )

 

Resolvi fazer-me mosca, aqui há dias. De local para local quis ver o uso que cada um fazia do seu telemóvel, essa caixinha que substituiu os óculos Ray-Ban como sinal exterior de riqueza de muitos portugueses. Acontece com os telemóveis o que se passa com os bons carros: Sai um topo de gama, os primeiros a aparecer com eles são os médicos, os advogados, os empresários de sucesso. O Mercedes foi, durante muito tempo, o carro eleito. Entretanto, muitos empreiteiros adoptaram a marca e os doutores mudaram-se para a BMW. Pouco tempo depois começa a proletarização do BMW (que me desculpem Lenine e Marx pelo uso indevido do termo, mas dá para entender ...), e aí entraram os Audis na moda. E assim será de marca para marca, de modelo para modelo. Com os telemóveis passa-se a mesmíssima coisa, pelo que me escuso de repetir o raciocínio.

Como disse no início, fiz-me mosca. Primeira paragem numa praia quase privada dum hotel algarvio. Numa espreguiçadeira, uma senhora bem besuntada segurava o telemóvel na ponta dos dedos e falava.... falava.... falava.... "... nem imagina como aquilo estava, menina! Não se podia romper... ... pois era, mas muitas pareciam maltrapilhas ... a menina imagina que a Litucha levava um vestido sem costas e se via a marca do fato de banho!! ... pois é, não há noção das conveniências....  ... eu volto lá mas hádem ter mais cuidado com quem deixam entrar, pecebe?"!  Duas espreguiçadeiras à frente, outra senhora no mesmo preparo: " ... a Litucha? Mas que mau! ..... a menina sabe que eu detesto dizer mal seja de que for, mas já ouvi falar que aquilo não vai durar muito! ... ela tem sido vista com o filho mais velho dos Menezes, pecebe?" ...

Sali dali e voei para Norte. Entrei num Audi prateado, novinho em folha. Um próspero homem de negócios segue autoestrada fora rumo a Lisboa, onde tudo se decide. Tem, naturalmente, um kit de mãos livres com antena exterior. Faz e recebe telefonemas curtos: "Menina Filipa: Avise fulano de tal que amanhã voo para Frankfurt. Marque-me novo encontro com ele e depois avise-me." ... "Menina Lucília: Telefone à notária e confirme a escritura para dia 25".... "És tu, filha? ... sim .... sim ... sim .... não, se me atrasar durmo em Lisboa ... sim.... está bem. Até logo ou até sexta! ..... um também para ti".

Saltei para um Ford Fiesta, comercial. O vendedor conduzia de mão esquerda no volante e mão direita a segurar o telemóvel ao ouvido: "... não, não lhe posso levar as 100 resmas. Entrego hoje 50 e outras 50 no fim da semana. .... esteja descansado que eu cumpro o que prometo ... sim .... pois, mas dessa vez foi azar. Agora está tudo controlado! Esteja descansado"!

Voo para um hipermercado. Jeans coçados e uma T-shirt do 2º Encontro de cicloturismo de Loures, o Sr. João tira o aparelho do cinto, procura um número, carrega no botãozinho verde e fala de forma a que num raio de 50 metros ninguém fique sem saber que ele está a falar ao telemóvel: "Maria?!? Olha lá: Já temos aquele CD da Mónica Sintra em que a gaja tá na capa ? ... não sabes? .. chama a tua filha e ela que venha aqui ver! "

Sigo para uma escola e espanto-me com o número de teenagers que já usam o telele! Andam com ele na mão ou no bolso das calças. Toca um. Um toque. Não atendem.... vêem só de quem é!  "Um toque da Marisa é só para dar um beijo e dizer que está tudo bem". Dois minutos depois são dois toques. Ele espreita e diz para o amigo do lado: "Beijito da Gina. Dois toques é sinal que logo pode sair". depois agarra ele no aparelho, marca um número, espera uns segundos e depois desliga: "É um toque à Marisa para retribuir o beijo". E assim sucessivamente.

Fiquei satisfeito. Não imaginava que este aparelhozinho podia ser tão versátil. Como diz o ditado popular: "Cada telemóvel com seu uso, cada roca com seu fuso." (vox populi).

Cada telemóvel com seu uso, cada roca com seu fuso (vox populi), por Jorge Santos -  (http://pagina.de/apoios-educativos )

 

 
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